Home Porto "Se pudessem, Conceição e Simeone entravam para fazer carrinhos"

“Se pudessem, Conceição e Simeone entravam para fazer carrinhos”

Declarações de Felipe, antigo central dos dragões e agora no Nottingham Forest, ao programa “Hora dos Craques” do Porto Canal, apresentado por Maniche e Miguel Marques Monteiro.

Semelhanças e diferenças entre Sérgio Conceição e Diego Simeone: “São parecidos, mas têm pequenas diferenças. O Sérgio é muito ligado aos detalhes, é muito focado em trabalho, qualquer coisa que o desperte, ele anula. Não queria telemóveis na mesa, sabia que tirava o foco. Aí o Simeone já não é tão rigoroso, mas claro que olha para detalhes que acha que serão importantes para o jogo. Os dois têm uma vontade enorme, são características que já tinham como jogadores e como treinadores não é diferente, se pudessem entravam lá dentro para fazer carrinhos. Gosto desse estilo. Se o Sérgio tem aquela vontade é porque acha que é importante e passa isso, já vem dentro dele.”

Atitude e comportamento dos jogadores jovens: “Quando cheguei a Portugal via que os miúdos, quando subiam para treinar, tinham aquele ar de ‘eu sei’. Falavam para ele e eu pensava ‘aprende’. Eu aprendo com os mais novos também, sempre digo isso. Não eram todos, claro, mas havia sempre um ou outro que tu olhavas e pensavas ‘tem tudo para ser um ótimo jogador, mas parece que ignora algumas coisas porque pensa que sabe’. No Brasil, sentia que os miúdos escutavam muito os mais velhos.”

Conselhos para as crianças: “Tenho uma escolinha no Brasil. Um dia, sentei-me com as crianças e disse-lhes que para ser jogador de futebol eram precisas muitas coisas, não era só o talento. No mundo do futebol, há uma regra que toda a gente sabe: tens de trabalhar muito, ficar calado na hora certa, ter persistência, é um trabalho muito difícil. Normalmente, o que acontece é que os pais implantam isso nos filhos e fica muito mais difícil, às vezes o miúdo não quer isso e os pais querem implantar o sonho deles. Digo sempre aos miúdos que precisam de uma alternativa. Quem quer ser jogador vai ter a sua oportunidade, mas precisa de ter uma segunda opção, pode ser o estudo e oportunidades fora do futebol.”

Estilo ideal de um central: “Sou muito da força física. Acho que um central, ainda mais hoje em dia, tem de ser um bocadinho duro. Se pegas um avançado que é rápido, ele já ganha um pouco de respeito. Há várias jogadas de contra-ataque que se não for falta pode acabar em golo. Mata a jogada e acabou.”

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