O Correio da Manhã fez novas revelações sobre o acórdão relativo à condenação de Francisco J. Marques, no âmbito do julgamento do caso dos emails do Benfica.
Os juízes consideraram que o diretor de comunicação do FC Porto manipulou e divulgou estes emails para justificar os insucessos dos dragões e associar as águias à corrupção.
“A rivalidade entre os dois clubes levou a que pessoas ligadas ao FC Porto, incluindo os arguidos Francisco J. Marques e Diogo Faria, tenham formado o propósito de justificar o menor sucesso desportivo daquele clube tentando associar os assistentes que integram o Grupo Sport Lisboa e Benfica a um conjunto de práticas ilegais, antidesportivas e desleais que, na sua narrativa, justificariam o acrescido sucesso desportivo do Benfica“, pode ler-se no acórdão.
Os juízes consideraram também que era intenção de Francisco J. Marques associar os encarnados à máfia.
“Foi intenção do arguido incutir na audiência a ideia de que o Benfica quereria exercer influência sobre a arbitragem, pressionando-a com críticas e, por outro lado, procurando conquistar favores“, pode ler-se.
Os juízes apontaram ainda para a forma como Francisco J. Marques manipulou a troca de emails entre Pedro Guerra e Adão Mendes.
“O arguido afirmou factos inverídicos (a troca de emails não decorreu da forma como relatou e tal troca não permite obter a conclusão que expressou), sabendo da falsidade que afirmou“.
Sobre a publicação do livro O Polvo Encarnado, a maior parte dos juízes considerou que “a ação típica do ilícito apenas poderia ocorrer através da oralidade” e não da escrita. Apenas a juíza Cláudia Graça discordou desta decisão, chegando mesmo a citar 16 acórdãos de tribunais da Relação, em que mostram uma posição contrária. Cláudia Graça entende que tanto Francisco J. Marques como Diogo Faria, os responsáveis pela publicação do livro, “sabiam que não tinham fundamentos sérios para reputar como verdadeiros estes factos, mas ainda assim, quiseram-nos proferir publicamente através da publicação do livro“.